Pelo que se vê nos clubes e na Seleção, a chamada "base", ou sejam, os jogadores mais novos, não prenunciam um futuro muito brilhante para o outrora país do futebol. Nos clubes, a situação é ruim há bastante tempo. Empresários agenciam e aliciam jogadores a fim de obter lucros rápidos, comprometendo um melhor planejamento dos clubes. Que, claro, têm sua grande parcela de culpa, pois o tal planejamento raramente existe. Quando existe, raramente funciona a contento. São parcos os exemplos de clubes bem administrados. Poderia citar o São Paulo do começo dos anos 2000. Ou o Atlético Paranaense, em gestão anterior do atual Presidente. Hoje, talvez o Fluminense arrisque se endireitar, se Peter Siemsem conseguir driblar as dificuldades. Mas, é pouco, muito pouco para poder dizer que algum clube seja realmente profissional. O pior exemplo eu vejo no Vasco de hoje, com Euvírus Miranda no comando. Um canalha reconhecido, que despreza regras, acordos, ética, respeito ou mesmo o próprio Vasco. O despreparo, o amadorismo e, sobretudo, a vigarice, prosperam nesse meio de modo crônico. Difícil pensar que possa haver alguma saída se algo brusco não motivar o enquadramento dos clubes.
O resultado prático dessa péssima conduta são a penúria financeira dos clubes, invariavelmente quebrados e constantemente espoliados, e a debilidade técnica dos times, que mal se aguentam em pé se comparados a qualquer clube europeu intermediário - que dirá de um de topo de linha! Hoje, se falarmos em alguma revelação de algum time, coçamos a cabeça, pensamos e ficamos sem uma resposta definitiva. Gabriel Barbosa Almeida, o Gabigol, pode ser o mais próximo que podemos chamar de "revelação". E é um bom jogador. Só. Tem talento, claro, sabe jogar, mas está longe de ser uma promessa de craque. E paramos por aí... Não vejo mais ninguém despontando. Tanto é que as nossas equipes nacionais de base, a Seleção Sub-21 e a Seleção Sub-17, têm um desempenho sofrível. A Sub-21, comandada por Gallo, fez papelão no final de 2014. A Sub-17 enfrentou Paraguai e Colômbia e ficou devendo futebol. A garotada só sabe dar chutão, ser voluntarioso. Fortes, sem dúvida, mas não têm intimidade com o jogo, com o raciocínio em campo. Em suma, não sabem jogar bola. Pelo menos não do jeito que os brasileiros acima de 30 anos estão acostumados a ver. Quem viu Sócrates, Falcão, Zico, Rivellino, não pode se conformar com a convocação do Dunga.
A culpa, claro, recai também sobre os "professores", os treinadores, responsáveis por preparar e escalar o time. Esses profissionais, a meu ver, estão muito, mas muito atrasados. Só se vê profissional com pinta de amador, priorizando o aspecto físico em detrimento do técnico. Como já disse Robinho, do Santos, os atletas carece de maior intimidade com a redonda.
Minha impressão é que a associação de um mercantilismo de curtíssimo prazo, do amadorismo na direção dos clubes, da falta de estudo e de conhecimento técnico dos treinadores, de estrutura e formação nos clubes, resultam em um cenário de terror para o futebol, ao olharmos para o futuro. Situação inversa à dos alemães, os "duros" de ontem viraram a referência de hoje. O que mudou? Planejamento! Planejaram e executaram.
Um dia, quem sabe, o brasileiro aprende a planejar...
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