02 março 2014

Digressando

Depois de baixada a poeira da bagunça promovida pela CBF, dá-se lugar aos falidos campeonatos estaduais, que só subsistem para justificar a existência dos "feudos". E, nessa toada, vemos que o Petraglia começa a fazer escola, com alguns clubes abrindo mão da preocupação com os certames locais para se preocuparem com outras competições ou mesmo em arrumar a casa. Não é para menos. Afinal, até onde se sabe, não há campeonato estadual que dê algum retorno financeiro. Persistem para dar vazão à necessidade de aparecer dos cartolas.
Não vi nenhum clube investindo em nomes até agora. Se, em anos anteriores, pelo menos os velhos eram repatriados, nesse ano de Copa, onde a grana tem um destino polarizado (sim, a Copa), os clubes sofrem para manter os investimentos em novos nomes. Assim, as bases passam a ser as fontes de potenciais jogadores. Neste quesito, o Peixe tem se mostrado pródigo. Depois de Diego&Robinho, vieram Neymar&Ganso e ainda podem pintar uma nova garotada. Impressionante...
A exceção seria o retorno de Adriano ao futebol jogando pelo Atlético Paranaense. Bem, entrar em campo ele até entrou, mas ainda não jogou de verdade. Torcidas à parte, o Furaquinho tenta uma jogada promocional com esse apoio à recuperação de um combalido ex-craque que, mesmo que volte a jogar, dificilmente será sombra do que foi. Petraglia costuma ter bons lampejos. Veremos como se sai nessa.
Ganso
O meia nunca recuperou seu futebol vistoso e cerebral exibido no Santos, ao lado de Neymar. Uma pena. Achava aquele magriço um gênio, com toque sutis e perfeitos, achando o companheiro no local que ninguém via. Penso que Ganso não é um camisa 10, pois não chega na área. Ele tem que jogar mais atrás, armando o jogo. Marcar gol não é muito a dele.
Libertadores
A competição sulamericana atrai as atenções do mundo ludopédico brazuca. Não é para menos, pois a participação brasileira, como sempre, é destaque. Os 6 clubes deverão passar à fase seguinte, quando começa a peneira para valer. Até agora, o Trétis e os cariocas é que dão pinta de certa fragilidade na competição. O Grêmio e a dupla mineira vê fazendo papel mais bonito.
Seedorf
O gringo passou pelo Botafogo, onde deixou saudades, e mostrou que tem lucidez. Basta ver suas declarações aos jornais italianos:
“No Brasil, eu era feliz, estava muito bem, era reconhecido pelo profissionalismo que muitos colegas não têm. No Botafogo, por exemplo, eu era aquele que enchia o saco dos outros. Costumava aconselhar os jogadores a fazer isso e aquilo, algumas vezes eles ouviam e as coisas aconteciam, outras vezes não davam bola”.
“Vocês jornalistas são tão apaixonados por táticas e sistemas, falam disso por horas. Mas você sabe qual é a verdade? No futebol moderno há apenas sistemas para o jogo defensivo. No ataque há fluidez total, seis jogadores que movem e trocam de posição com frequência sem que haja um ponto de referência. Durante a minha carreira, eu gastei no máximo 500 euros com jornais. Gosto de fazer minha autoavaliação, mas não gosto de ser influenciado por outros que só te criticam sem entender nada”.
Muita gente não gostou, mas que é verdade, é.
Seedorf, doa a quem doer...

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