13 julho 2010

Rescaldo da Copa

Findado o evento, é hora de fazermos a avaliação geral, aprender as lições e ver o cenário geral.
Em primeiro lugar, temos de admitir que a África do Sul mandou bem, apesar dos pesares. Não foi lá a perfeição que a Alemanha mostrou 4 anos antes, como era de se esperar. Mas, diante da expectativa de quizumba geral por parte dos mais pessimistas, o evento foi bem. Deslizes na 'periferia', como algumas falhas de segurança no entorno, um certo auê no trânsito, mas nada que se assemelhasse ao apocalipse prenunciado pelos detratores de plantão. Enfim, foi um bom evento, com a nota dissonante para os gramados, que não agüentaram o tranco dos jogos seguidos.
Os embates marcaram pela retranca adotada pela maioria dos times. À exceção da Argentina e da Espanha, que buscaram jogar ofensivamente, a maior parte das equipes preferiu o esquema recuado, esperando pelo adversário. Alguns times o fizeram com muito talento, como a Alemanha e a Holanda, que sabiam tocar o melão e sair rapidamente para o jogo. Outros, como a Itália e Portugal, apenas se fecharam, sem saber o que fazer com a Jabulani. Isso nunca foi futebol nem aqui nem no Couto Pereira. O bom é que a vitória da Espanha ajuda a reforçar a tese de se jogar o futebol em busca do resultado, ao invés do tal 'pragmatismo' do Dunga e do Parreira.
Os costumeiros erros de arbitragem voltaram ao lugar de destaque em uma Copa do Mundo. Não é de hoje que os senhores do apito aprontam lambanças em jogos importantes. O que impressiona é a FIFA não tomar uma atitude sequer no sentido de melhorar o desempenho da arbitragem, como se fosse uma tarefa hercúlea. Obviamente que não pode ser algo aos moldes americanos, de parar o jogo. Mas, por que não um camarada com uma TV, onde ele rapidamente reveja o lance e informe ao árbitro? Uma medida dessas poderia facilmente alertar o árbitro sobre o gol inglês que não foi marcado. Acho que há algo mais por trás dessa repulsa em adoção de medidas tecnológicas.
A Jabulani foi alvo de críticas e reclamações por causa de seu comportamento, digamos, anormal. O fato é que a bola tem uma trajetória diferente, isso pôde-se perceber. Mas, acho que faltou apenas costumar-se a ela. Afinal, como disse o Rivelino, 'depois de duas horas, ela faz o que eu quero'. Nada mais claro para quem já jogou bola.
Os fiascos coletivos ficam por conta de franceses e italianos, que sequer passaram da primeira fase. Os da Bota já estão até acostumados: 50% de suas participações em copas acaba assim. E os franceses acabam voltando ao normal depois da era Zidane, que comandava Les Bleus com extrema maestria. O destaque vai para o racha declarado no time francês, que acabou com intervenção do governo para ver o que houve. Ficou como 'o desastre' dessa Copa!
Os fatos pitorescos têm no polvo Paul, que acertou todos os jogos em que foi instigado a adivinhar o vencedor, e no pé-frio Mick Jagger, que conseguiu soterrar 3 seleções em seqüência, o seu ponto máximo. Dizem que o passe do Polvo já foi avaliado em 30 mil euros e que o Framengo pensa em contratá-lo. Maradona também fez por merecer figurar nessa categoria, tamanha sua desenvoltura teatral no lado de fora do gramado.
Ah, sim, não poderia esquecer das musas da Copa!  Larissa Riquelme, que fez questão de posar pelada mesmo com o Paraguai eliminado, entra como musa 'desinibida', já que musa mesmo é aquela namorada do Casillas! Vai ser boa assim lá em casa!
E, claro, temos de eleger a Seleção da Copa, com os onze que se destacaram em suas posições. Vejamos...
No gol, temos alguns bons candidatos: Butt, Stekelenburg, Júlio César e Casillas foram os melhores. O brazuca acaba penalizado por causa do time que não avançou. Os três restantes jogaram bem, mas o holandês teve uma falha que depõe contra e o alemão não sabe jogar com os pés. Casillas, por sua vez, salvou a Espanha com uma defesa quase milagrosa no arremate de Robben, cara-a-cara. Ele leva meu voto.
Na zaga, temos a dupla brazuca, a dupla alemã, a dupla espanhola e Lugano como candidatos. De novo, a dupla brazuca sai prejudicada pelo desempenho da amarelinha. Lugano, embora tenha ido bem, não foi páreo para os espanhóis ou alemães. Acho que a dupla alemã foi melhor e, por isso, meu voto vai para Friedrich e Mertesacker.
Nas alas temos Lahm e Maicon, pela direita, mas acho que o alemão jogou melhor quando entrou. No lado esquerdo, tivemos Coentrão e Van Bronckhorst como candidatos. Mantendo a tal da coerência, vamos eliminar Coentrão junto com o time luso e ficar com o holandês.
Na meiúca, a concorrência é feroz! Meu voto vai para Schweinsteiger, Xabi Alonso, Sneijder e Xavi, embora tenhamos nomes como Özil, Iniesta, Müller e Forlán - este, deslocado para o ataque na minha eleição. São nomes que poderiam muito bem estar entre os onze...
Assim, no ataque, temos Forlán e Villa, os caras mais contundentes dessa Copa.
O time, então, fica: Casillas, Lahm, Friedrich, Mertesacker, Van Bronckhorst,  Schweinsteiger, Xabi Alonso, Sneijder, Xavi, Forlán e Villa. Comandados por Vicente del Bosque, que soube fazer a Furia jogar do modo que fosse preciso!
Notaram que, como em 2006, a lista não tem nenhum brasileiro, né?

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