11 julho 2010

O novo sócio

O clube de países ganhadores de Copas do Mundo ganhou um seleto membro, oriundo da península ibérica, que praticou um futebol de primeira grandeza nos últimos anos. Ganhou a Eurocopa de 2008 após 44 anos de jejum, manteve a base e chegou como uma das candidatas ao título, com uma campanha irretocável nas Eliminatórias (10 vitórias em 10 jogos). A derrota na Copa das Confederações não suscitou protestos nem demissões. Confirmou o favoritismo crescendo durante a competição, após um tropeço contra a fraca Suíça. Apesar do destaque de David Villa, artilheiro da equipe, a Espanha não era time de um cara só. O Uruguai, por exemplo, tinha no versátil Forlán, eleito o craque da Copa com justiça, a esperança de que o jogo se resolvesse. A Espanha, assim como a Holanda e a Alemanha, tinha mais astros. Iniesta e Xavi despontaram com categoria na meiúca espanhola. Além disso, tinha em Casillas um arqueiro seguro e confiável, que joga na Furia desde os 18 anos. Tinha Puyol que, se nunca foi um jogador técnico, não é de relaxar e dificilmente deixa a peteca cair. Forma, com Piqué, a zaga do Barça. Também tinha Vicente del Bosque, que andava esquecido no Besiktas após a passagem vitoriosa pelo Real Madrid. Em 30 jogos sob seu comando, a Furia venceu nada menos que 30 deles, trazendo à baila os promissores Navas e Pedro.
Fez a final contra a 'pragmática' Holanda, que é um eufemismo para dizer 'uma Holanda não tão boa quanto antes', mas que obtinha resultados importantes. Longe de praticar um futebol feio, a Laranja chegou à final com uma campanha irretocável: 6 vitórias em 6 jogos, despachando o sempre favorito Brasil nas quartas de final. Isso para não falar das Eliminatórias da Europa, onde foi o primeiro time a se credenciar à Copa. Os destacados Robben e Sneijeder comandam as jogadas ofensivas do time, enquanto a meiúca se dedica a marcar e conter o adversário. Por vezes, com exagerado vigor, tema no qual Van Bommel se projeta como peça-chave nas botinadas. A última derrota da Holanda havia sido em set/09, contra a Austrália, ou seja, há quase dois anos, o que demonstra a longevidade do futebol laranja.
Com dois times tão qualificados, esperava-se um jogo aberto, ofensivo, mas não foi bem isso que se viu. Embora tenha sido um bom jogo, viu-se uma Holanda um tanto violenta, jogando na porrada e na bola. O árbitro começou bem, distribuindo amarelos, mas amarelou na hora de avermelhar e o jogo descambou um pouco. Saldo final de 12 amarelos e um vermelho dão o tom da final mais violenta da história das Copas.
Ainda assim, cada equipe criou pelo menos duas excelentes oportunidades de marcar. Aliás, não foram só oportunidades, foram gols que simplesmente não balançaram as redes, tal a facilidade com que o tento se apresentou a um lado e outro - Robben, Fábregas, Xavi, Capdevilla e Ramos poderiam ter balançado o barbante. Robben, aliás, vai lamentar muito não ter chutado melhor contra Casillas. Talvez tenha faltado é um centroavante melhor para a Holanda, que se ressentiu do omisso Van Persie.
A Espanha jogou melhor, com mais ímpeto ao gol, com melhor futebol, com mais toque de bola. Comandou a partida e fez jus ao caneco. E agora tem 4 anos de regozijo pela frente, coroando um país que tem revelado talentos desportivos em diversos campos, tais como o automobilismo e o tênis.
Parabéns à Espanha e bem-vinda ao clube. Só não vá querendo lugar na janela...

Um comentário:

Anônimo disse...

Holanda já ganhou o título de Vasco das copas do mundo...