09 novembro 2007

Outras brigas

A moda agora é encher estádios. Na segundona, o Coxa lota o Couto (que, pela falta do terceiro anel, vem sendo chamado de "Arrombadão"), levando 30, 35 mil cabeças para movimentar e animar o jogo. E o time correspondeu, assegurando a subida - ficando à espreita para abocanhar o título da Segundona, o que seria dignificante.
Na Primeirona, vários... O maior sucesso de bilheterias tem sido o Framengo. Levava 50, 55 mil torcedores ao Maraca, até que foi superado pela torcida Bambi, que somou mais de 63 mil pagantes no Morumbi. Os rubro-negros prometem dar o troco e já compraram mais de 70 mil ingressos para o jogo contra o Peixe. Sem dúvida, o Maracanã vai ferver! Se o Framengo jogar bem e, sobretudo, se ganhar do Peixe, leva à loucura os previstos mais de 80 mil favelados.
Nada mais natural que a maior torcida presente no maior estádio tivesse mesmo o maior público! O que não é natural é o Framengo postular vaga na Libertadores. Deveria haver um critério proibindo times de várzea de participar de competições internacionais. Mas, enfim, se tivermos que despachar os conterrâneos, paciência.
Outra discussão em voga é sobre a "substituição" de Ronaldo Gaúcho. Não da ocupação de seu lugar no time durante o jogo, mas de seu posto de melhor do mundo. O mais cotado é outro brazuca, Kaká, que vem se mostrando mesmo regular. Ronaldo, apesar de ser genial, alterna lampejos de magia em campo com um desempenho, digamos, normal. Verdade que a pressão, a cobrança por jogadas plásticas e mirabolantes é grande, mas, convenhamos, Ronaldo tem sido irregular. Para mim, que o considero a maior revelação do futebol desde Maradona, considero que o atleta não está em sua melhor fase.
Se refletirmos um pouco, perceberemos que a vida de estrela hoje em dia deve ser sufocante. Além de treinar e jogar, que ocupa um bom tempo, o cara tem um sortilégio de compromissos de patrocínios que devem tomar o restante de sua vida em prol do dinheiro. E dinheiro é o que não falta a essa gente. Aí, convenhamos, deve ser mesmo duro de agüentar. Um mar de dinheiro, um cordão de puxa-sacos, uma fama cegante... Tudo isso contribui para que o jogador não possa mesmo ser regular. A tentação de se achar o maior do mundo deve ficar irresistível.
E se Pelé jogasse hoje? Como seria? Provavelmente, seria, de novo, o maior do mundo. Mas chegaria a fazer o que fez? Marcaria os mais de mil gols? Teria o mesmo desempenho e longevidade?
Meu palpite é que ele também sucumbiria.

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