08 novembro 2007

Bafafás

Primeiro foi a piada do Framengo em querer ficar com a taça do São Paulo. Agora, são os eternos amadores reclamando dos pontos corridos. Se dentro e campo o espetáculo não está lá uma Brastemp, fora dele as discussões proliferam.
Os detratores (cartolas que não sabem administrar) argumentam que o torneio premia "apenas" a regularidade, como se isso não fosse mérito suficiente, que isso não traz emoção ao certame. Como não? Há ainda dez times que se engalfinham seja por uma vaga na Libertadores, seja para fugir da degola. Fosse o mata-mata e teríamos apenas 4 times ainda jogando, com o resto de férias, sem receitas.
O que não dizer do Curíntia, time grande, que tem árdua tarefa pela frente? A torcida certamente está ligadíssima nos jogos!
Outros acham que os Bambis ganharam praticando um futebol feio. Bem, em primeiro lugar, ganharia igualmente no mata-mata. Time que tem uma defesa pouco vazada como essa seguramente faria bonito em qualquer regulmento. Além do mais, convenhamos, o que enfeia o nosso futebol é a falta de craques, que se bandeiam ao exterior em busca de dinheiro. Aí, pouco importa se é pontos corridos ou mata-mata.
Ainda assim, o time do Morumbi revela Hernanes e Breno, que jogam limpo, sem dar pancada. Sabem marcar e sair jogando.
A aversão ao sistema é induzida pelo fato de que os pontos corridos obrigam os
clubes a planejar, a administrar bem. Ou seja, exatamente o que muitos deles não querem - notadamente os maiores devedores. O São Paulo investe em estrutura e na continuidade, inclusive do técnico. Vende jogadores e traz bons substitutos à altura, combinando qualidade com versatilidade e dedicação. Assim percebe que é melhor uma equipe com 15 jogadores eficientes e afinados do que outra com um solista de chinelinho e dez carregadores de piano. Pelo menos lá, foi-se o tempo que com essa conversa de "espontaneidade" os dirigentes faziam e desfaziam times.
Na outra ponta, tomemos o Corinthians como exemplo. Se não for para a Segundona, a imprensa vai nos encher com expressões do tipo "recuperação épica", como se esquecesse a ruindade da equipe e o desastre da MSI.
Para reverter essa situação, é errado pensar em mudar as regras de novo, nessa velha tradição cultural brasileira. O que se deve fazer é observar os bons exemplos, até para que os craques fiquem mais tempo. Chega de soluções mágicas. Profissionalismo e talento só crescem quando juntos.
Ah, e isso não vale só para o futebol, claro...

Nenhum comentário: