19 outubro 2007

Eliminatórias Sulamericanas

Nessas duas primeiras rodadas das Eliminatórias Sulamericanas já percebemos que Brasil e Argentina continuam favoritos e devem se classificar nos dois primeiros postos. Os outros ficam para a disputa entre Uruguai, Colômbia, Equador, Chile e Paraguai. A Venezuela é tida como promessa, contando com sua melhor geração em campo, mas eu ainda acho que ficam na fila. A Bolívia, bem, nem com milagre.
E os favoritos justificam a preferência pelos craques que colocam em campo. Tevez, Messi, Riquelme, Ronaldinho, Robinho, Kaká... Uma turma que sabe fazer a redonda bailar.
No lado dos hermanos, já se percebe que fizeram o dever de casa: ganharam duas, algumas bonitas jogadas, uns golaços... Veremos se mantêm o ritmo, pois têm mania de começar bem e terminar em lamúria - como o tango, que sempre acaba em tristeza. O cuidado dos gringos é com o ânimo de Riquelme. O cara é a encarnação do espírito argentino: vive entre a tristeza, a angústia e o enfado. Quando joga bem, fica entediado; quando joga mal, é drama nacional. Criticado pela imprensa da casa, não joga há 3 meses por ter brigado com o técnico do clube. Foi convocado mesmo assim e Alfio Basile teve de aturar as ferozes críticas. Messi, em compensação, vive boa fase. Desequilibra. É veloz e marca golaços. E tem uma promessa, Aguero, que deve jogar algumas partidas.
No nosso lado, temos Kaká em boa fase, Robinho melhorando e Ronaldinho ainda tentando achar seu jogo com a amarelinha. O que é uma pena, pois o maior artista da bola ainda não mostrou, na Seleção, todo seu jogo. Já está melhor, verdade, mas ainda longe do que se espera dele (talvez demais?). Para os amantes da nobre arte do ludopédio, é desanimador.
Nosso problema, entretanto, não se resume às quatro linhas. Fora delas, temos o técnico-manequim que insiste em chamar uns bondes que não há explicação plausível ainda para que possamos compreender as razões dessas afrontas. Fernando seria a maior delas. E a insistência na retranca. No jogo contra o Equador, por exemplo, não havia a menor necessidade de um meio-campo essencialmente marcador! Por que, então, manter o Mineiro em campo? O cara é limitado, não passa de um jogador mediano esforçado com lampejos de lucidez. Sua tarefa é marcar, roubar a bola. Mas contra um time mais fraco, essa função perde a razão de ser. Poderíamos colocar um Diego, um Elano, até um Daniel na meiúca, possibilitando maior armação de jogadas de ataque - que é o nosso forte. Isso para não falar dos laterais, que são muito fracos. Maicon é força pura - jogou na frente, ninguém pega. Mas carece de algo mais que a vitalidade. Cafu, que tinha estilo similar, pelo menos aprendeu a tocar a bola, a cruzar... Não era tão obtuso. E por que não um Kléber na lateral esquerda? Pelo menos incomoda na frente de vez em quando. Mas ainda acho que ele deveria ter testado Cicinho e Marcelo. São guris que têm muito mais noção de jogo e colaboram mais.
Outro fator de complicação para o nosso lado é a (falta de) disposição de nossos atletas em jogar pela Amarelinha. Acho que os milionários jogadores não encaram essa tarefa com o mesmo espírito, digamos, mais entusiasta, que tinham os jogadores de outrora. Mesmo o Zico, amarelão-mor da Seleção, jogava com mais vontade, querendo mostrar jogo. Os craques de hoje pensam mais em aproveitar a fama. Ronaldinho, por exemplo, já teria se envolvido com confusão no hotel, após o jogo, ainda em clima de oba-oba. Nada contra o cara festejar, comemorar, mas arranjar confusão é pedir para jogarem pedras. Além do mais, cá entre nós, ganhar do Equador de goleada não foi mais que a obrigação! Fazem jogo duro contra o Paranyto sem o Josiel!

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