17 agosto 2007

As injustiças do mundo da bola

Mais uma vez, os deuses do futebol mostraram suas faces da ironia e do sarcasmo. Gostam de brincar com os desígnios futebolísticos, confundindo a nossa percepção do que é certo, do que é digno, do que é justo. Manipulam a linha dos acontecimentos, distorcendo a verdade, fazendo-nos de joguete de seus prazeres sádicos.
Tal como o Sobrenatural de Almeida, eterno acólito do Olimpo futebolístico que se dedicava a modificar os acontecimentos no Maraca, o panteão daqueles que constroem o cenário futebolístico por meio de atos doidivanos e inesperados, esperam pelos momentos certeiros para que suas ações tenham o efeito mais cáustico, mais acentuado.
Assim foi com o Brasil em 50 e 82, com a Hungria em 54, com a Alemanha em 66, com a Holanda em 74. Os exemplos mais acabados de interferência mística no mundo da bola, alterando seu curso natural apenas para diversão daqueles que observam de longe, lá do alto, sentados em nuvens, rindo de nossa incredulidade diante de fatos tão surreais.
Só uma ação dessa natureza explica a derrota tricolor de ontem. O time não se achou em campo e o Framengo achou um golzinho salvador, de um argentino, cúmulo da ironia desses deuses brincalhões. Tento que lhe permitiu o anti-jogo, a retranca dos covardes e dos medíocres. Tento que suscita a dúvida na mente dos mais sugestionáveis. A incerteza sobre o valor da moral, da ética e da correção dos valores.
Esse é o legado da brincadeira sem-graça dos deuses do futebol.

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