16 novembro 2007

Mata-mata ou pontos corridos?

Recentemente, surgiu o debate, mais uma vez. A eterna discussão sem-fim, para saber qual fórmula é melhor! Desta vez, os detratores dos pontos corridos argumentam que os Bambis dispararam na frente e "murcharam" a disputa. Balela. A prova é que ainda há vários jogos que prendem a atenção dos torcedores, atestada pela média de público cada vez maior nessa reta final.
Para se saber quem é o melhor, deve-se elaborar a fórmula mais justa, que premie o mérito do desempenho ao longo de um determinado período. Se o que se pretende é a melhor média, os pontos corridos são uma regra mais equilibrada, que minimiza a distorção de jogar mal ou levar sorte em umas poucas partidas. Assim, o vencedor é, invariavelmente, o melhor do certame.
Quando há um limitante de tempo, como numa Copa do Mundo, é inevitável o uso do mata-mata. Seria inviável manter 24 Seleções por, digamos, 3 meses, jogando bola. Claro, há, nesses casos, o que se costumou chamar de "imprevistos do futebol", que são os jogos da "zebra". Brasil 50, Hungria 54, Inglaterra 66, Holanda 74, Brasil 82, para ficarmos nos selecionados nacionais, ilustram casos em que um jogo mudou o destino traçado pelo bom futebol. No caso de campeonatos brazucas, o último disputado no formato mata-mata foi vencido pelo Peixe, que se classificara em último e passou a jogar o fino, derrotando o favorito São Paulo e embalando para levar o caneco. Revelou a geração Diego-Robinho e deixou o Leão mais vedete que nunca.
A elevada média de público nos jogos desse ano desbancaram um dos grandes argumentos dos defensores dos mata-matas, como o Coxinha e o 3D, que acham que o público das partidas finais justificam a fórmula. A grande presença de torcedores municia aqueles que defendem os pontos corridos, que teorizam sobre o "aculturamento" do torcedor brasileiro com essa fórmula, possibilitando o melhor aproveitamento desse modelo, já que o público passa a valorizar cada jogo ao invés de ficar à espera das partidas finais.
O grande motor dessa onda de grandes públicos é o Framengo, na Série A. A torcida tem empurrado o time, que, por sua vez, tem aproveitado a motivação, somando pontos no Maraca. A melhor média, disparado, é do rubro-negro carioca, segundo as estatísticas da CBF (http://cbfnews.uol.com.br/seriea/). Dos 10 jogos com maior número de espectadores, 7 são do time da Gávea. Haja favelado! E haja penetra...
O Framengo leva também a "Taça Ajuda" do certame, por ser o clube mais beneficiado pelos tribunais da CBF. Aproveitou a oportunidade única de não jogar justamente quando o time estava na pior, enquanto os outros cariocas eram obrigados a jogar fora do Rio. Para coroar a marmelada, o STJD
deu um efeito suspensivo para a ação movida contra o clube por uma latinha jogada ao gramado do Maracanã, na partida diante do Grêmio, fazendo com que o clube enfrente o Atlético-PR com casa cheia. A desculpa utilizada pelo clube foi que a venda de ingressos já havia sido começada, e que o Estádio do Maracanã não é seu, e, portanto, o incidente seria de responsabilidade da SUDERJ, não do clube. Quanta bagatela...
Depois do caso Dodô, essa foi a pior carioquice do STJD.

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