01 julho 2013

E não é que levamos?

Verdade seja dita, Felipão montou um time. E o fez jogar! Mesmo com suas idiossincrasias, com sua afeição à marcação brucutu, sua insistência com Hulk, o motivador Luís Felipe Scolari chegou lá. Não só levou a Copa das Confederações, como o fez de modo soberbo, sem dar chances à outrora favoritíssima e impecável Furia. Campanha de campeão, invicto, ganhando todas e amealhando várias premiações individuais, com Paulinho, Neymar, Fred e o resgatado Julio Cesar. Não que o time seja perfeito, claro, mas, temos de convir, fez um belíssimo papel na competição. E esnobou o adversário na final, destronando-o e derrubando várias marcas espanholas: a seleção espanhola não perdia uma partida desde 10ago01, quando os comandados de Del Bosque caíram diante da Itália, em Bari, em amistoso. Em jogo oficial, o último tropeço é ainda mais antigo: na Copa do Mundo da África do Sul, perderam para a Suíça, por 1 a 0. A Espanha também não recebia três gols numa partida oficial desde 06set06, quando perdeu da Irlanda do Norte, por 3 a 2. Em relação à diferença de três gols, a última vez que os "rojos" perderam por tamanha diferença numa partida oficial foi em abril de 1985, quando caíram para o País de Gales pelo mesmo placar dessa final. Se levar em consideração apenas a era Del Bosque, a goleada brasileira ficou próxima dos dois resultados piores da equipe com o treinador, que foram um 4 a 0 para Portugal, em Lisboa, e um 4 a 1 para a Argentina, em Buenos Aires, em amistosos disputados antes da conquista da Copa de 2010. O triunfo da Seleção Canarinho derrubou ainda outros números: a expulsão de Piqué termina com um ciclo de nada menos do que 91 partidas em que um jogador da Fúria não recebia cartão vermelho. Foi a segunda expulsão em 13 anos, já que a anterior foi de Xabi Alonso diante da Islândia, em setembro de 2007. A equipe de Del Bosque estava perto de quebrar um recorde, já que entre os anos de 1925 e 1965, a Espanha chegou a ficar 134 partidas sem expulsões. Ainda, seis jogadores diferentes bateram os últimos sete pênaltis da equipe no tempo normal: Xabi, Villa, Soldado, Cesc, Torres e Sergio Ramos. Das sete cobranças, quatro erros e três acertos. Sob o comando do técnico Del Bosque, foi o 10º erro em 22 cobranças de pênalti. Para finalizar, o Brasil ainda manteve a posse de bola por mais tempo que a Espanha, naquele que é o indicador mais conhecido e que dá a cara ao "tiki-taka" que caracterizou o futebol atual: 51% Brasil contra 49% Espanha. Tá, é pouco, mas ninguém ainda tinha feito...
Também vale dizer que essa conquista, embora dê alento, não define nada para a Copa do Mundo, o evento principal, que se dará em plagas tupiniquins no ano que vem. Até lá, temos que corrigir alguns defeitos, como fazer o Oscar jogar, testar Lucas, ver se Hernanes não cabe no lugar do Luiz Gustavo e detalhes assim.
Já temos estádio, já temos time... Falta ajeitar o resto do país em volta disso.
Será que o Marin roubou outra medalha?
Foto: Daniel Ramalho/Terra

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