08 setembro 2012

Um novo tempo

Após a 22ª rodada, o Campeonato Brasileiro tem um novo líder: o Fluminense assume a ponta depois de bater o fragilizado Santos no Engenhão, pelo placar de 3x1, com dois gols do lépido Wellington Nem e um golaço da jovem revelação das bases Tricolores, Samuel! Apesar dos desfalques das peças-chave Fred e Deco, o time das Laranjeiras tem suportado bem as ausências. Wagner, Samuel, Sóbis e Thiago Neves têm suprido as lacunas e, por enquanto, deram conta do recado. Verdade que a partida que o Galo tem a repor deve lhe dar mais 3 pontos - salvo algum acidente grave de percurso, mas, de qualquer modo, o time carioca já mostrou que é consistente e deve brigar pelo título até o fim. Galo que já não mostra o mesmo fôlego. No returno, amealhou apenas 2 pontos dos 9 disputados e suscita apreensão na torcida alvinegra.
O Grêmio, por sua vez, mostra que também está na briga. Ascendeu meteoricamente na tabela, graças à boa seqüência de vitórias - 75% de aproveitamento nas últimas 8 rodadas. Sendo o time que mais venceu em casa (9 êxitos como mandante), o tricolor dos Pampas se candidata à peleia. Apenas 1 ponto o separa do segundo posto. Tal sucesso pode ser creditado, em boa parte, a Luxeba. O comedor de manicures resolveu fechar a matraca e trabalhar, botando o time em ordem. Com os bons Zé Roberto e Elano agregados ao elenco, o treinador-vedete consegue manter uma bela regularidade e mostra que continua sabendo fazer um time jogar quando quer - e quando consegue manter o ego sob controle.
Na outra ponta, vemos os dramas em verde e branco. O Parmêra vem penando para tentar se livrar da ZR, tarefa inglória para Felipão, que anseia por uma seqüência de resultados para animar o elenco. Não será fácil, pois esse é tido como um dos piores Palmeiras dos últimos tempos, como já se pôde ver na Copa do Brasil, quando se sagrou campeão jogando um futebolzinho sofrível. Outro alviverde em situação de penúria, o Coxa já demitiu Marcelo Oliveira e botou o consultor Marcos Santos no comando do time. Contando com o apoio de Tcheco, espera-se que esse novo comando possa tirar o grupo da catarse. O Coxa tem um péssimo retrospecto fora de casa, onde perdeu 8 das 12 que jogou como visitante. Não acho que o problema do Coxa seja de comando, mas de elenco mesmo. O time vive dos lampejos de Rafinha. O resto observa o jogo. É muito pouco para um time que anseia qualquer coisa mais do que figurar no álbum de participantes do certame nacional.
E, falando em dramas, temos Adriano e o Framengo, né? O ex-atleta não pára de desafiar a sorte, entregando-se de corpo e alma à boa vida, enquanto o clube continua querendo ser enganado. Patrícia Amorim parece ter perdido o controle e se desafina com Zinho, o Diretor de Futebol encarregado de botar ordem no banzé. Pelo menos podiam combinar o discurso antes de falar com a imprensa.
Enquanto isso, a nossa Seleção continua a deixar pulgas e mais pulgas atrás das orelhas brasileiras. Apenas Oscar tenta buscar jogo nessa meiúca meio desordenada, onde Neymar teima em esperar jogo na ala esquerda. Ser salvo por Hulk em pleno Morumbi não é bem o sonho dos torcedores acostumados a outros tempos.
Você sabia?
João Celho Neto, o Preguinho, nasceu no Rio de Janeiro, em 1905. Atleta do Fluminense, atuou pela seleção brasileira em cinco jogos, obtendo quatro vitórias e uma derrota. Fez pela seleção canarinho um total de sete gols, média superior a um por jogo. No entanto, entrou para a história ao fazer o primeiro gol brasileiro em uma Copa do Mundo (1930), aos 17 min do segundo tempo, no jogo contra a extinta Iugoslávia, na derrota por 2 a 1. Na partida seguinte, contra a Bolivia, ele marcou mais dois gols, na vitória brasileira por 4 a 0. Com isso, se tornou o artilheiro da seleção na competição, com três gols. Esta foi a única Copa que ele disputou.
   Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
A torcida compareceu em peso ao Morumbi para ver a Seleção de Mano.
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra

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