16 dezembro 2011

As lições do Barcelona

Peixe e Barça fizeram, no domingo, a final do Mundial de Clubes, sob chancela da FIFA, que reuniu os dois melhores times do ano e reverenciados como os melhores já surgidos na Europa e nas Américas no Século XXI, um de cada lado, obviamente. Uma final com ares de "jogo do século".
Do lado de lá, não houve um time como o Barcelona neste século. Nenhum outro time conseguiu reunir tantas habilidades como o clube espanhol. Só houve uma outra equipe com tantos jogadores excepcionais comandados por uma estrela como Messi: o próprio Barça, dos tempos de Ronaldinho Gaúcho. Mas o de hoje brilha mais, inspira mais. Com Xavi e Iniesta na meiúca, em plena forma, o Barcelona atual tem mais categoria. O time troca passes rapidamente, de primeira, com muita precisão. Costuma envolver o adversário e encanta ao sair de encurraladas tocando a pelota. Como se não bastasse, o time consegue mudar a disposição em campo com muita naturalidade. A zaga se altera de dois para três, os jogadores do meio trocam de posição, o time se modifica e confunde o adversário. Além disso, há Messi, o melhor jogador do planeta. Messi que já é o maior artilheiro do time em uma temporada e se encaminha para ser eleito pela terceira vez o melhor do ano no mundo.
Do lado de cá, Neymar e Ganso. E muita esperança. Só. O resto do time é meia-sola, com uma zaga lenta e propensa a fazer uma entrega. Para piorar, Arouca não apareceu para o jogo.
O que se viu foi um passeio do Barça sobre o Santos. Em 90min de futebol, mas de 70% de posse de bola e 4 gols para o time catalão. Uma aula de futebol, nas palavras do ídolo Neymar. Era de se esperar a superioridade espanhola, mas não a humilhação santista. Imaginava-se que o time de branco iria "se divertir" em campo, jogar solto, desanuviado. Mas foi apenas um aluno atento, parvo com os ensinamentos dos professores.
Com o título, o Barça se consagra como o melhor time do planeta, de direito e de fato. Consegue, assim, realizar o sonho de todo purista do futebol, que é ver a disciplina, o rigor técnico e o bom futebol vencedores. Como em 82, quando a Itália despachou o Brasil para casa e desencadeou a Era das Trevas no futebol mundial, quando passou-se a valorizar a defesa, o resultado, em detrimento da arte, espera-se que o destaque do time espanhol ocasione algo parecido, só que em sentido inverso. Quiçá os times, mundo afora, resolvam buscar o toque de bola, o futebol bem jogado, e abandonem os cabeças-de-bagre para utilizar os virtuosos. Quem sabe abandonem os esquemas retranqueiros e ousem, buscando o gol. Oxalá não se pense apenas no resultado imediato, mas no longo prazo, na construção de um time. Tomara que resgatemos a nossa arte perdida...
Mundial de Clubes - Final - Santos x Barcelona
Não deu, Neymar...

2 comentários:

Acir disse...

Acredito que a derrota humilhante do Santos deva trazer algumas conseqüências do lado de cá do Atlântico também. Primeiramente desmontar essa ilusão de que Neymar é o melhor do que o Messi. Simplesmente ridículo. Depois, dar a precisa dimensão da inferioridade do nosso futebol, que se reflete nas medíocres apresentações da seleção canarinha. E por último, premiar a arrogância dessa cavalgadura que é o técnico Muricy Ramalho. Os brasileiros não mereciam essa humilhaçõa. Muito menos os santistas.

Anônimo disse...

Santos envergonha o futebol brasileiro!!