30 janeiro 2011

Começo de ano

Começo de ano é assim, fraco de futebol. Temos de nos contentar com 'aperitivos' como a Copinha, o Sub-20 e uns jogos da 'gringa'. Apesar de todo o esforço da mídia, os Estaduais continuam fracos, servindo como um bom treino para o Campeonato Brasileiro. Vá lá que a tal rivalidade local ainda estimule os clássicos, mas o entusiasmo já não é o mesmo. E não é para menos, já que os times são, invariavelmente, muito díspares. Ficam os 'grandes' contra uma renca de elencos mal-formados. Isso quando os ditos grandes têm time.
No Paranaense, já livre da aberração do 'supermando', o Coxa dispara na dianteira, repetindo o ano passado, o Paranito continua desanimador e o Trétis vive dias turbulentos. No tricolor, a péssima fase do clube como entidade ameaça seu futuro. Dívidas recorrentes e os desencontros no âmbito administrativo parecem ter condenado o time a desempenhar um papel secundário, implicando em deixar de ser um dos 'grandes' caso não trilhe o caminho da reorganização. O Furaquinho acabou 2010 surpreendendo, alcançando uma notável posição final. Porém, no Paranaense, deixa a desejar. Parece-me que Manoel passou da fase em que tudo dava certo para apresentar seu verdadeiro futebol: baita disposição física, pouca cabeça. Depois de não ter sido negociado como desejava (e até forçou a barra para tal), ficou no clube meio a contragosto e mostra sinais de que vai gerar confusão. Melhor seria ter vendido o zagueiro que, apesar de bom, não é tudo o que ele pensa ser. Outro que ainda vai dar dor de cabeça ao Furaquinho é Madson, baixinho que se acha um gigante em campo mas que não passa de estatura mediana.
No Carioca, sem surpresas, exceção feita aos vexames do Vaishco, que consegue perder para os timecos do interior e da periferia da capital. Resultado das contratações de estrelas polêmicas e sempre encrenqueiras, como Carlos Alberto e Felipe, que pouco somam ao combalido elenco cruzmaltino. Este, aliás, não mostrou a que veio, a não ser que tenha vindo para curtir a praia. Os dois são conhecidos pela carreria conturbada - por onde passam, criam problemas. Não seria diferente no clube da Colina, certo? Carlos Alberto chegou até a bater boca com Dinamite nos vestiários após a 3ª derrota consecutiva do time. O cara é o 'craque' do time e não quer cobranças? É muita estrelice... A má fase do Vaishco dá margem para que vigaristas como Eurico Miranda se manifestem, aumentando a pressão sobre Dinamite, que tem de reerguer um clube dilapidado durante anos pela corja que lá esteve.
No Paulista, o Peixe, com o melhor elenco, vai à frente, enquanto Bambis, Parmêra e Curíntia tentam se equilibrar. Imaginando a volta de Ganso e Neymar ao time, prevejo um Santos muito forte, formando, com o Flu, os times a serem batidos - com vantagem para o time da Baixada Santista. Talvez o campeonato paulista ainda seja o único estadual com algum equilíbrio. Pelo menos sempre aparece um ou dois times 'estranhos no ninho' para atrapalhar a vida dos grandes, fato mais raro nos outros certames estaduais.
A mídia, especialmente a carioca, que é bairrista pacas, louva a 'boa fase' do futebol carioca, ressaltando as 'grandes contratações'. Sei não, mas acho que, de novo, os cariocas se iludem com esses factóides e arrotam a pujança que não têm. A contratação de RGaúcho, cercada pela imprensa e pelas artimanhas de seu irmão empresário, ainda é uma incógnita. O que eu acho é que ele joga o campeonato local e volta à vida de boêmio. Thiago Neves jogou muita bola no Flu e pode ser que esteja bem. Como ninguém sabe dizer, esperemos para ver o que acontece... Ou seja, muita farofa e pouca carne nesse churrasco.

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