04 janeiro 2011

Bola e negócios

A novela do momento é a contratação de Ronaldinho Gaúcho, o RG, que desfruta de enorme cartaz mundo afora, embora seu futebol já não seja o mesmo desde 2006. Na verdade, a impressão é de que essa contratação resolve, inicialmente, dois problemas: do Milan e de RG. O clube se livra do abacaxi e o jogador ganha um extra, além de vir jogar nas plagas de origem, mais livre para as baladas, já que em fim de carreira mesmo. Hoje, brigam pelo craque o Palmeiras, o Framengo e o Grêmio. Este conta com a vantagem do apelo emocional, mas carece de recursos monetários mais convincentes. O leilão armado por Assis, irmão e empresário do atleta, não deve se resolver tão já, dando tempo de o bolo de dinheiro aumentar.
O curioso é que essa contratação me parece mais ligada a negócio que futebol. Vejamos... Todo mundo sabe que RG já não é lá essas coisas, embora não seja um mau jogador - longe disso. Criticado por vários treinadores por se preocupar mais em festar que treinar, seu futebol outrora exuberante limitou-se ao nível dos bons jogadores, atuando em uma pequena faixa do campo, fazendo alguns lances de efeito, mais para a torcida que para o time. Na Seleção, por exemplo, não justificou sua convocação depois de Felipão.
Assim, do ponto de vista do jogo, RG é uma contratação de alto risco, uma vez que é cara (fala-se em R$ 60 milhões) cuja expectativa de retorno em campo é bastante duvidosa - para não dizer quase nula. Porém, assim como o Curíntia fez com seu homônimo, o clube que o contratar seguramente espera é faturar em cima da imagem do jogador. Vender camisa é o de menos! O que se busca mesmo é a venda de espaço publicitário a interessados, já que sua vinda seria uma coqueluche de difícil equiparação. Fico imaginando um Framengo, com a massa de torcedores (todos manés, diga-se!) que tem, juntando uma estratégia de marketing e uma equipe minimamente profissional... Faria uma bela grana!
Questionável como parte do esporte, saudável como sinal de evolução dos clubes, que já se coçam em fazer dinheiro, abrindo possibilidades antes não imaginadas em terras tupiniquins. Veremos como isso evolui num país em que o amadorismo é a marca mais visível. Oxalá aprendam a explorar a marca e projetá-la mundo afora.

Um comentário:

Marcelo Bento disse...

Acabou a novela... deve ir mesmo para a Gávea.
Se o FRamengo não cair em 2011, não cai mais.

Acho que era previsto: bagunça, umas firulas ronaldianas e quase nada de futebol.
Sinceramente quero que o Flamengo se exploda, mas... PODE SER... quem sabe o RG não resolve jogar.
Para completar a DUPRA o Mengo deveria contratar o Somália. Pelo menos o RG não ficaria sozinho na noite.
Abraços e um excelente 2011 com o Flusão na Libertadores...