03 julho 2010

Eles também voltam

A Copa que ameaçava ser sulamericana, fica reduzida ao Uruguai, último reduto do continente.
Depois de sermos despachados pela Holanda, finalizando a sombria 'Era Dunga', foi a vez dos hermanos e dos paraguaios, que também saem nas quartas-de-final.
Para os que gostam de comparações, toda essa quartelada do Dunga, de comprometimento e 'grupo fechado', não funcionou para termos um rendimento melhor. Fizemos menos pontos que em 2006. Será que o 'oba-oba' de Parreira foi melhor? Para os que decidem só com base em números, sim. Para mim, foi a mesma joça! Nenhum mostrou capacidade de comandar um time com a envergadura global da Seleção. O Parreira, aliás, é a maior mentira do mundo futebolístico internacional, seguido de perto pelo Capello. O Dunga não soube lidar com a pressão de modo sereno - nesse quesito, Parreira o supera de longe. Mas ambos pouco sabem além da panelinha.
Maradona também enveredou pelo caminho do comando técnico, mas pecou pela falta de compreensão do jogo a partir do banco. Gênio com a bola nos pés, turbulento na vida pessoal, manteve o estilo dramático e apaixonado no comando do selecionado nacional. Porém, quando teve que mexer no time para tentar superar as dificuldades, não rendeu. Ninguém entendeu a permanência de Milito no banco contra a Alemanha. Tudo bem começar com o Higuaín, que era o, digamos, titular. Mas, com o time em apuros e com o titular não jogando nada, a entrada de Milito era o caminho natural. Mas, sabe-se lá por que motivos, o teatral Maradona, alvo preferido das câmeras, não viu assim. E a Argentina sucumbiu ao talentoso e renovado time alemão, que jogou muita bola. As peças fundamentais, Müller, Klose, Lahm e, principalmente, Schweinsteiger, funcionaram, aproveitando a maior deficiência argentina: sua defesa. Já Özil, a revelação, ficou devendo. Do lado contrário, as peças não renderam o que se esperava. Messi foi outro camisa 10 a passar em branco na Copa e se torna mais uma das decepções de 2010, mantendo a 'maldição do melhor do mundo'. Tevez foi outro que tentou, a seu modo, mas pouco fez. Apesar da rivalidade que nos obriga a secar os hermanos, temos que reconhecer que eles jogaram mais que nós nessa Copa. Pelo menos foram ofensivos, dispostos a mostrar um futebol mais latino, mais bonito. Perder ou ganhar é do jogo. Ser covarde é opção.
Com o futebol apresentado, a Alemanha vai como favorita contra a Espanha, que jogou um futebolzinho meia-bomba contra o 'temido' Paraguai. Tudo bem que os vizinhos não são assim desprezíveis, mas esperava-se mais da Fúria. Foram burocráticos e por vezes dispersos, dando diversas oportunidades para o Paraguai fechar o jogo. Os paraguaios foram na sua e conseguiram bloquear a meiúca espanhola, travarndo o toque de bola europeu, mas perderam graças à incompetência de Cardozo na cobrança do penal que daria a vantagem aos sulamericanos. Morno na primeira etapa, o jogo ganhou contornos dramáticos após os penais em seqüência. Até mesmo o gol espanhol foi chorado, parecendo um roteiro de dramalhão mexicano. O time espanhol tem um bom toque de bola, mas tem de ser mais produtivo se quiser passar pela Alemanha! Essa sorte toda não deve se repetir.

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