03 dezembro 2007

Fim de feira

Hora de fazer o rescaldo. Ou seja, fazer a "Seleção do Campeonato", enaltecer os destaques e desancar os fiascos.
Obviamente, os fiascos estão na parte de baixo da tabela, com foco sobre o Coringão, que colheu os frutos amargos da parceria com a MSI. Com uma torcida estimada em 33 milhões de pobres coitados, tradição de time grande, quase centenário, o time do Parque São Jorge desceu ao ponto mais baixo de sua história, fazendo justiça às previsões daqueles que suspeitavam da dinheirama da lavanderia russa. Agora, resta planejar um penoso caminho de volta, esperando que o time aprenda com os erros e retorne forte - mas não muito.
Outro fiasco foi o Paranito. Embora cotado como cavalo paraguaio, não se esperava uma queda desse tamanho do bicolor do Paraná. Superaram as expectativas e desceram ao limbo. Terá uma árdua tarefa, pois subir em 2008 será mais difícil, já que são apenas duas vagas e o Curíntia deve ficar com uma. Assim, ou o Paranito se coça e arranja time para fazer bonito, ou vai fazer como o Coxa e ficar pelo menos duas temporadas na obscuridade. A começar pela esfera administrativa, marcada por uma sucessão de erros, desmandos e casos mal-explicados, que repercutiram no time - que teve 5 técnicos!
Antes de elencar a seleção do certame, falemos das revelações. Pródigo em gerar novos nomes, novos talentos, o futebol brasileiro começa a notar que essa fartura já teve melhores dias. Hoje, neguinho sai para o exterior com muito menos idade, sem nem dar tempo de virar ídolo do time, de ser reconhecido pela torcida, de ter um clube para formar história. Sobram, assim, jogadores medianos, quando muito, ou atletas em fim de carreira, que não arranjam vaga "nazelite" do futebol. Ainda assim, alguma coisa sempre aparece. É o caso de Breno (dos Bambis), de Thiago Silva (Flu), Felipe (arqueiro corinthiano), Diego Cavalieri (Palmeiras), Hernanes (Bambi)... Desse, acho que o que mais se destacou foi Felipe pela exposição que o Timão gera, mas meu voto seria para Thiago Silva, que joga muito.
A revista Placar elenca a Seleção com os seguintes nomes:
Goleiro: Rogério Ceni - com justiça, pois o cabra jogou bem mesmo e é referência do time campeão;
Zaga: Breno e Thiago Silva - também uma boa escolha, já que ambos se destacaram em suas equipes;
Laterais: Kléber e Leonardo Moura - difícil eleger alguém para o lado direito, já que só tem cabeção;
Meiúca: Ricky (hmmmmmmmmm...), Hernanes, Thiago Neves e Valdivia - dentro do esperado, relaciona volantes e armadores que tiveram os melhores desempenhos ao longo do torneio; ainda assim, é uma meiúca bem meia-boca, sem grande inspiracão;
Ataque: Leandro Amaral e Acosta - o uruguaio acabou entrando pela artilharia, mas acho enganoso; afinal, artiheiro foi o Josiel, que carregou o Paranito nas costas; daria ainda para pensar em Kléber Pereira, Edmundo ou Fernandão, embora tenham jogado menos partidas.
Há, ainda a escolha do "nome do campeonato", aquele que se destacou, que merece os maiores elogios. Assim como na escolha da "Seleção", há critérios que não podem ser esquecidos. Por exemplo, o quase alemão Zé Roberto jogou muita bola, mas ficou pouco tempo no Peixe. Tem o Rogério Ceni, mas escolher um goleiro?? Eu voto no Valdivia, que foi fundamental para o Palmeiras, jogou muita bola e sua ausência fez a diferença.
Por fim, cabe elogiar o clube São Paulo, que provou, não só neste ano, mas desde muito tempo, que administração ajuda, e muito, a ter time competitivo, a ter torcida, a ter dinheiro e a jogar bola. Uma lição sutil e singela aos demais cartolas, que teimam em seguir a cartilha antiga, à là Eurico.

3 comentários:

Anônimo disse...

E os piores do campeonato, vai faltar espaço na página...

Rômulo disse...

QUase dá para dizer "o resto"...

Anônimo disse...

Pra mim o grande fiasco foi o Inter. Campeao mundial, bom elenco (apesar do Clemer) etc. e tal e ficou como coadjuvante no campeonato inteiro. Só melhorou no finalzinho.
O Fogo ganhou este ano o trofeu "Cavalo Paraguaio", que normalmente é do Patetico.